terça-feira, 14 de março de 2017

MÊS #2

Começo a me familiarizar com a minha casa, Universidade e com Breda. 

Na Universidade, tive a primeira reunião com meu orientador, um professor holandês muito entusiasta e flexível, o que me dá muita autonomia para desenvolver meu projeto. Estou simulando um processo de melhoria da qualidade de óleo residual de fritura, seguido pela produção de biodiesel usando catalizador heterogêneo, o qual foi desenvolvido por pesquisadores do Living Lab no Brasil. O diferencial do projeto é o uso de matéria-prima de baixo custo e de catalizadores sólidos reutilizáveis, o que diminui custos com reagentes químicos. Quem me conhece sabe que esse tipo de projeto ativa o meu "záz", me fazendo dedicar profundamente ao trabalho. Por fim, o grupo de estagiários brasileiros foi muito bem recebido por todo o time de professores, estudantes e funcionários do Centro de Expertise em Biobased Economy da Avans.

Fora do horário de trabalho, eu estou em função de me familiarizar com Breda, minha cidade nos próximos 5 meses. Minha bike é a minha fiel companheira. De fato, não poderia ser diferente em uma cidade com mais bicicletas do que carros e tantos quilômetros de ciclovia quanto de rodovia. Na primeira semana na Holanda ganhei a bike do amigo Guido. Em 2016, Guido foi fazer um estágio na UFV, onde nos tornamos amigos. É muito interessante como as experiências e a rede de contato se conectam e reconectam com o tempo. Acolhi e ajudei um punhado de holandeses no Brasil, antes mesmo de saber que viria para cá. Aqui estou eu agora, no lado oposto, sendo acolhido e recebendo ajuda de meus amigos.

No processo de desbravar a cidade, as idas ao supermercado merecem um parágrafo à parte. Ficava completamente perdido com os nomes e produtos holandeses, sempre com o tradutor do celular ligado para não comprar "gato por lebre". Mesmo assim não escapei, levei um iogurte azedo e ralo ao invés do leite comum. Ao jogar no meu café, percebi a mancada que tinha cometido. Levei sabonete líquido no lugar de hidratante. Onde já se viu dar nome de creme de banho para sabonete líquido? e com a palavra CREME EM CAPSLOCK!!! (rs)... Além disso, eles vendem arroz grudento em uma caixa que tem uma foto de um prato de arroz soltinho. Isso é tão grave quanto colocar papelão na carne (rs). Vou poupar o leitor de algumas outras mancadas que cometi, mas todas elas também fazem parte do processo de descobrir uma cultura diferente, e elas viram histórias para contar no futuro.

No fim da semana #2 começa o famoso Carnaval de Breda. Pessoas fantasiadas nas ruas e bares, carros alegóricos e festa por toda a cidade. No primeiro dia sai com os amigos de minha irmã holandesa, Sarah, filha de Addie. Depois de um jantar em nossa casa, passamos em um "esquenta" na casa amigos antes de ir para as festas no centro da cidade. Eu tenho que admitir que adorei o carnaval de Breda. No entanto, foi um tanto complicado pular e dançar com o resto da galera sem entender uma palavra das marchinhas de carnaval. Para ajudar, os amigos me ensinaram um par de coreografia e algumas frases das músicas mais famosas, por exemplo Joost is anders geaard♫, a versão holandesa de "Olha a cabeleira do Zezé". Foram 4 dias de festa e bons momentos que vão ficar na memória.











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2 comentários:

  1. Hey Guilherme, now I found your blog to. It's really funny and nice to read about my culture seen through your eyes and experiences. For me I missed the yoghurt so much I was so happy when I found Greek yoghurt :)
    Till next blog

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    1. Nice you are following here, Bart... Actually that wasn't yogurt, it was karnemelk haha

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